Foto Redes Sociais |
Por [Eduardo Ferreira Jornalista]
Data: 27 de fevereiro de 2024
GROSSOS/RN - Uma descoberta de documentos relacionados a um concurso público realizado no início de 2012 pela Prefeitura de Grossos, no Rio Grande do Norte, aponta para possíveis fraudes que podem ter impactos significativos na disputa pela prefeitura. A revelação ocorre em meio a uma Ação Civil Pública por Improbidade Administrativa movida pelo Ministério Público do RN (MPRN), com o processo de número 0801513-95.2018.8, distribuído em 19 de dezembro de 2018.
Os réus na ação incluem a Prefeitura Municipal de Grossos (PMG), a empresa MULTSAI, responsável pela realização do concurso em 2009 durante a administração do então do ex prefeito Veronilde Caetano (atual secretário geral da prefeitura), e um grupo de concursantes que alegadamente foram beneficiados por práticas abusivas para aprovação, incluindo a suspeita de gabaritos rasurados.
Dentre os indivíduos citados como réus, destacam-se figuras proeminentes da política local, como Álvaro Couto (ex-secretário de esportes), Antônia Vanuzia Caetano (irmã de Veronilde), Antônio Valdeci Caetano (atual vice-prefeito e ex-secretário de administração), Cinthia Sonale Silva Alves e Souza (atual prefeita), e diversas outras personalidades ligadas à administração municipal.
A Saga de Cinthia Sonale: Nomeação Contestada e Salários Indevidos
A matéria também revela um capítulo específico relacionado à atual prefeita Cinthia Sonale, do PSDB. Mesmo não sendo classificada dentro do número de vagas para o cargo que concorreu no concurso de 2012, Cinthia foi nomeada e chamada para trabalhar pelo ex-prefeito Veronilde Caetano. Essa nomeação levou a uma ação judicial (Processo nº 0100310-80.2013.8.20.0113), na qual uma liminar garantiu sua contratação em janeiro de 2013.
Entretanto, em 2017, o juiz Marcus Vinicius Pereira Júnior proferiu uma sentença desfavorável a Cinthia, alegando que ela não tinha direito a ser convocada, nomeada e tomar posse, pois não estava dentro do número de vagas oferecidas pelo concurso. O processo transitou em julgado em março de 2018, sendo definitivamente arquivado.
Mesmo com a sentença desfavorável, o prefeito Mauricinho, que havia exonerado Cinthia, decidiu efetivá-la como funcionária, no cargo de administradora, recebendo salários de R$ 1.097,00 (hum mil e noventa e sete reais). Em três anos, Cinthia teria recebido quase 40 mil reais indevidamente.
Agravante: Suposta Fraude no Gabarito
Além da situação específica de Cinthia Sonale, a matéria traz à tona a agravante de uma suposta fraude no gabarito do concurso. A reportagem teve acesso a documentos que indicam rasuras no gabarito, com respostas duplas.
A investigação em curso revela uma trama complexa envolvendo diversas personalidades e órgãos públicos, suscitando preocupações sobre a integridade dos concursos públicos e a transparência nas nomeações. O desdobramento da Ação Civil Pública promete lançar luz sobre os fatos e trazer à tona as responsabilidades envolvidas. O portal de transparência no site da prefeitura também será monitorado para eventuais atualizações sobre os desdobramentos deste caso.
Mín. 22° Máx. 33°